Que os eletrólitos são importantíssimos para o correto desempenho fisiológico nós já sabemos. Seu equilíbrio (ou não) se relaciona a basicamente todo o funcionamento corporal e sua dosagem podem ser uma importante aliada para diagnosticar doenças e guiar condutas clínicas. Por esta razão, preparamos uma série de materiais super especiais que nos aprofundarão ainda mais neste incrível (e subestimado) universo. Hoje falaremos do sódio.
O que é sódio?
Ele se trata de um macromineral cuja maior concentração se encontra no líquido extracelular e é o principal determinante da osmolaridade plasmática (tem dúvidas sobre o que é? Clique aqui e confira na primeira parte do nosso especial sobre eletrólitos).
Os animais obtêm sódio por meio da alimentação e hidratação e o eliminam principalmente pela urina. No caso dos humanos, a eliminação pelo suor também é destacável.
O sódio é, possivelmente, um dos eletrólitos sobre o qual mais ouvimos falar em nosso dia a dia. Isto porque ele se relaciona diretamente com a regulação da pressão arterial (um tema muito frequente na medicina humana), com a absorção de nutrientes, equilíbrio do pH do sangue e muito mais.
Quando falamos de eletrólitos as expressões “equilíbrio”, “balanceamento”, “desequilíbrio” e afins são frequentemente vistas. Isto porque hábitos alimentares, entre outros, podem subjugar a capacidade do organismo corpo de mantê-los em níveis normais, e quando isto acontece, diversas consequências ocorrem. Vamos conhece-las.
Resultados da descompensação do sódio no organismo
Quando o consumo e/ou a perda de sódio não estão equilibrados, a concentração sanguínea de sódio se altera e teremos:
Concentrações baixas -> hiponatremia
Concentrações altas -> hipernatremia.
Altas e baixas concentrações de sódio afetam diretamente a quantidade de líquido no sangue uma vez que sua maior concentração está no compartimento extracelular.
Hipernatremia
Os principais sinais clínicos da hipernatremia são sede e disfunção do sistema nervoso central (excitabilidade neuromuscular, hiperreflexia, convulsão e/ou coma). Quanto à sua classificação, ela deve ser sempre considerada junto com o volume de líquido extracelular.
Desta forma, chegamos, então, a três categorias que surgem com o objetivo de facilitar o raciocínio para o diagnóstico e tratamento dos animais.
Classificação I
Causas da hipernatremia hipovolêmica podem ser:
1- Perdas gastrointestinais: diarreia e vômitos;
2- Perdas pela pele: queimaduras;
3- Perdas renais: doenças renais crônicas, uso de diuréticos de alça, diurese osmótica (aumento de ureia, hiperglicemia – diabetes melito).
Classificação II:
O desbalanceamento causado pela queda dos níveis de água associados a uma manutenção praticamente ideal dos níveis de sódio tem como possíveis causas:
1- Perdas extra renais pelo trato respiratório: taquipneia (hiperventilação);
2- Perdas extra renais pela pele: febre;
3- Perdas renais: diabetes insípido.
Classificação III
O aumento de água corporal total acompanhado por um aumento também nos níveis de sódio podem ser causados por:
1- Administração de líquidos hipertônicos: solução fisiológica hipertônica, bicarbonato de sódio, nutrição parenteral total;
2- Excesso de mineralocorticoides: tumores adrenais (hiperplasia adrenal congênita), hiperadrenocorticismo (doença de Cushing).
Hiponatremia
A hiponatremia é a redução da concentração plasmática de sódio por excesso de água em relação ao soluto. Os principais sinais clínicos da hiponatremia são distúrbios neurológicos como confusão, estupor, convulsões e coma. Vale a pena destacar estes dois tipos:
– Hiponatremia translocacional: o sódio plasmático pode estar baixo em condições de hiperglicemia. Neste caso, temos um aumento da osmolaridade extracelular que levará ao deslocamento da água de dentro das células para fora com o objetivo de equilibrar a osmolaridade.
– Pseudo hiponatremia: a osmolaridade sérica está normal, a concentração sérica de sódio não é afetada, mas temos uma ocupação do espaço volumétrico do plasma. Esta condição é observada nas hiperlipemias severas (principalmente triglicérides) e hiperproteinemia.
Em se tratando de suas classificações, assim como na hiponatremia, devemos considerar sempre o volume de líquido extracelular:
Classificação I
Possíveis causas para este desbalanceamento:
1- Perdas gastrointestinais: diarreia e vômitos (se a reposição de líquidos for hipotônica em comparação com as perdas teremos, neste caso, uma hiponatremia hipovolêmica);
2- Perdas do terceiro espaço: queimaduras, pancreatite, peritonite, obstrução do intestino delgado;
3- Perdas renais: uso de diuréticos tiazídicos, deficiência de mineralocorticoides, nefropatias (obstrução parcial do trato urinário, doença renal policística).
Classificação II
Entre as principais causas para hiponatremia euvolêmica em animais estão:
1- Fármacos: diuréticos, barbitúricos, vincristina, anti-inflamatórios não esteroidais;
2- Doenças: insuficiência adrenal, hipotiroidismo, secreção inadequada de hormônio antidiurético (ADH), hipoadrenocorticismo;
3- Aumento da ingestão de líquidos: polidipsia;
4- Condições físicas que aumentem a liberação não osmótica de vasopressina (ADH) à estresse emocional, náuseas, dor, pós-operatório.
Classificação III
Alguns causadores de hiponatremia hipervolêmica podem ser:
1- Doenças extra renais: insuficiência cardíaca, doenças hepáticas;
2- Nefropatias: lesão renal aguda, nefropatia crônica, síndrome nefrótica.
Equilíbrio é tudo!
Como pudemos ver no material (e também pela nossa experiência prática), os sinais clínicos com os quais nos deparamos são diversos, com inúmeras causas, consequências e podem fugir bastante dos protocolos que conhecemos. Por esta razão, associar a dosagem de eletrólitos a outros exames laboratoriais é tão essencial na hora de determinar terapias e para a definição de conduta clínica. Para acompanhar a resposta a tratamentos, então… Definitivamente, quando se trata desses pequenos elementos, equilíbrio é tudo!
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Até a próxima!