Hematologia Veterinária

Saiba o que significam os parâmetros da hematologia veterinária

 

Hoje em dia existem inúmeras ferramentas que facilitam a obtenção dos hemogramas, cujo entendimento é crucial para o trabalho de todo veterinário. Tornou-se simples ter em mãos esse grande auxílio para diagnosticar doenças, eliminar suspeitas e ter uma compreensão geral sobre a saúde do animal. O que até pode parecer não tão simples, no entanto, é realizar a leitura do resultado, normalmente recheado de símbolos e siglas. E é por isso que estamos aqui: para explicar de uma vez por todas o que significam os parâmetros da hematologia veterinária.

O Hemograma

A princípio, temos que entender que hemograma é um exame laboratorial utilizado para a avaliação quantitativa e qualitativa dos elementos sanguíneos. Ele os divide em três grupos: série leucocitária, série eritrocitária e plaquetas.

Na série leucocitária analisamos, em definição básica, a contagem das células de defesa do sangue, tais como as células granulocíticas, agranulocíticas e linfocíticas e suas respectivas características morfológicas.

Na série eritrocitária avaliamos a quantidade total de
hemácias, a dosagem de hemoglobina, hematócrito, índices hematimétricos e a avaliação morfológica.

Nas plaquetas avaliamos a quantidade total e as suas características morfológicas.

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Siglas e parâmetros da hematologia veterinária

Todas essas células, após analisadas qualitativa e quantitativamente, aparecem categorizadas sob alguns termos (ou parâmetros) que surgem como siglas. Há alguns ligeiramente mais conhecidos por já serem jargões na hematologia, como WBC ou RBC, mas, diante de tantas possibilidades de análise, seria uma
pena desconhecer todos os outros.

Dessa forma, para este post separamos os resultados como aparecem em dois dos equipamentos hematológicos mais seguros e clássicos nas clínicas e hospitais veterinários do Brasil: o BC 2800 vet (três partes) e o BC 5000  vet (cinco partes), ambos da multinacional
chinesa Mindray.

Organizaremos os conteúdos de acordo com as séries. Vamos lá:

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Série Leucocitária

WBC – Refere-se à contagem de glóbulos brancos (ou leucócitos) num dado volume de sangue (10³/uL)

Para este caso é especialmente importante falar sobre a diferença em tecnologia de contagem e mensuração celular entre equipamentos, porque, como consequência clara, seus
índices serão diferentes. Os equipamentos de cinco partes, por utilizarem a tecnologia de citometria de fluxo, dispersão e laser, além da impedância elétrica, fornecem também dados qualitativos da série leucocitária. Sendo assim, eles dividem os glóbulos brancos em neutrófilos, linfócitos, monócitos, basófilos e eosinófilos. Sua leitura ocorre da seguinte forma:

BC 5000 Vet (cinco partes)

– Neu# – número de neutrófilos num dado volume de sangue (10³/uL);

– Lyn# – número de linfócitos num dado volume de sangue (10³uL);

– Mon# – número de monócitos num dado volume de sangue (10³uL);

– Eos# – número de eosinófilos num dado volume de sangue (10³uL);

– Bas# – número de basófilos num dado volume de sangue (10³uL);

– Neu% – percentual de neutrófilos dentro do total de leucócitos (WBC) – %;

– Lyn% – percentual de linfócitos dentro do total de leucócitos (WBC) – %;

– Mon% – percentual de monócitos dentro do total de leucócitos (WBC) – %;

– Eos% – percentual de eosinófilos dentro do total de leucócitos (WBC) – %;

BC 2800 Vet (3 partes)

Nos casos de equipamentos de três partes, eles se utilizam de impedância elétrica, uma tecnologia de análise quantitativa,
e liberam os glóbulos brancos em blocos relacionados ao seu tamanho. Eles são: células pequenas (linfócitos), médias (monócitos, eosinófilos e basófilos) e grandes (neutrófilos). Por esse motivo, diferentemente dos equipamentos de cinco partes, é necessário, em todos os casos, fazer o esfregaço sanguíneo para a diferenciação leucocitária completa.

Nesses equipamentos aparecem:

– Lymph# – número de células linfocíticas/linfócitos (pequenas células) num dado volume de sangue (10³uL);

– Mon# – número de células mononucleadas (células medianas) num dado volume de sangue (10³uL);

– Gran# – número de células granulocíticas/granulócitos (grandes células) num dado volume de sangue (10³uL);

– Lymph% – percentual de células linfocíticas dentro do total de leucócitos  (WBC) – %;

– Mon% – percentual de células mononucleadas dentro do total de leucócitos (WBC) – %;

– Gran% – percentual de células granulocíticas dentro do total de leucócitos (WBC) – %;

– Eos% – percentual de eosinófilos dentro do total de leucócitos (WBC) – %.

Série Eritrocitária

RBC – Contagem total de glóbulos vermelhos: número de glóbulos vermelhos ou eritrócitos num dado volume de sangue (10 elevado a 6/uL);

HGB – Hemoglobina: quantidade de hemoglobina num dado volume de sangue (g/dL);

HCT– Hematócrito: percentagem do volume de glóbulos vermelhos relativa ao volume total de sangue (%);

MCV – Volume corpuscular médio (ou VCM): volume médio do glóbulo vermelho (fL –fentolítros);

MCH – Hemoglobina corpuscular média (ou HCM): demonstra a quantidade média de hemoglobina contida num glóbulo vermelho e é medida em picogramas (pg x 10 elevado a – 12);

MCHC – Concentração de hemoglobina corpuscular média (ou CHCM):  é a concentração média de hemoglobina presente nas hemácias (g/dL);

*RDW – amplitude e distribuição dos glóbulos vermelhos: é um índice que indica a variação de tamanho entre as hemácias,
representando a porcentagem da variação entre os tamanhos obtidos (%).

Aqui temos mais uma diferença entre os equipamentos de três e cinco partes. Por serem mais modernos e contarem com tecnologias de análise mais minuciosas, os equipamentos de cinco
partes conseguem fornecer novos parâmetros de análise de RDW. São eles:

RDW-SD – Amplitude de distribuição dos eritrócitos
medido como desvio padrão (fL);

RDW-CV – Amplitude de distribuição de eritrócitos
medido como coeficiente de variação (%).

Série Plaquetária

PLT – Contagem de plaquetas: revela o número de plaquetas num dado volume de sangue (10³/uL);

MPV – volume plaquetário médio (ou VPM): é uma média do  tamanho médio das plaquetas (fL);

PDW – variação da distribuição plaquetária: índice que avalia a amplitude de variação do tamanho entre as plaquetas;

PCT – plaquetócrito: percentagem do volume de plaquetas relativa ao volume total de sangue (%).

Em pouco tempo de uso conseguimos internalizar todas essas siglas e os parâmetros às quais elas se referem. E é bem verdade que, ante as vantagens de ter mais agilidade e acurácia nos exames de sangue, compreendê-las é um esforço até pequeno perto de todas as vantagens, correto?

Conhece alguém que tem alguma dificuldade de interpretar os hemogramas veterinários? Não perca tempo e compartilhe este conteúdo com ele! Não há nada melhor que multiplicar conhecimentos. Ah, se você ainda estiver pensando em abrir um laboratório veterinário, clique aqui e descubra cinco dicas essenciais para o seu sucesso!

Falando nisso, em breve iniciaremos uma série de posts na qual
falaremos sobre as alterações que são possíveis em cada um dos parâmetros, o que elas podem indicar e também suas melhores interpretações.

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